Um novo olhar para a “doença” livre de medo e pânico

Quando alguém está em processo de diagnóstico de uma “doença”, a preocupação é grande. Isso porque a simples palavra “doença” já vem imbuída de uma série de significados pesados, carregados de tensão, o que causam medo e pânico. Ainda que a maioria de nós tenha apenas uma compreensão intuitiva da palavra, alcançando mentalmente memórias de resfriados, tuberculose ou câncer.

Embora não seja simples articular uma definição satisfatória de “doença”, devido à amplitude do termo, é possível ter uma percepção importante sobre a maneira como ela é vista ao analisarmos seu conceito. A Organização Mundial de Saúde – OMS cita “doença” como um conjunto de sinais e sintomas que possam afetar o bem-estar do paciente, seja este mental, físico ou social. É qualquer desvio prejudicial do estado estrutural ou funcional normal de um organismo, geralmente associado a certos sinais e sintomas, diferindo em natureza de lesão física. Um organismo doente geralmente exibe sinais ou sintomas indicativos de seu estado anormal.

Estamos falando, então, de uma situação que, em tese, afeta o organismo de forma prejudicial, levando-o a um estado anormal. Ou seja, o processo é claramente “qualificado” como negativo, o que nos leva a uma percepção ruim dele.  E, sem dúvida, essa nossa percepção interfere – e muito – na forma como passamos por ele, afinal, nossa história não é feita de fatos, mas sim de suas interpretações. E nossas respostas biológicas são sempre coerentes com a percepção que temos das coisas.

Por exemplo, uma pessoa abre a janela ao acordar, vê um lindo dia de sol e diz: “Que dia lindo! Hoje vai ser o máximo, vou poder realizar uma porção de coisas!”, ao mesmo tempo que, em outra janela, alguém observa o sol e diz: “Que droga! Hoje vai fazer um calor daqueles, vou suar à beça e já sei que não vou conseguir produzir de tanto calor!.”

Rapidamente, nosso cérebro reage a essas percepções e dá à primeira pessoa, a capacidade de produzir lindamente nesse dia de sol, ao mesmo tempo que, na segunda pessoa, envia sinais de péssima qualidade à corrente circulatória, fazendo com que ela se sinta fisiologicamente mal e deprimida.

Ou seja, nossa percepção das situações é que dá o andamento da música. E assim a percepção como interfere na nossa rotina e no nosso dia a dia, interfere também na forma como encaramos esse processo do nosso organismo chamado “doença”.

 

Associação entre “doença” e medo ou pânico

Se analisarmos etimologicamente as palavras que utilizamos para nos referir à “doença”, veremos que essa interpretação é antiga e intrínseca ao termo. A palavra “doença” vem do latim dolentia, ato de sentir dor e dolere sofrer, sentir dor. Enfermidade vem do latim infirmitas, falta de força, fraco ou débil. Patologia do grego páthos, sofrimento, e logos estudo.

E essas mesmas conotações acontecem nas palavras utilizadas para essas situações em alemão, italiano, francês e inglês. Por exemplo, disease, que significa difícil, falta, má sorte, ou illness, imoral. Em francês maladie, do latim malus, mau, ruim. Em italiano malato, que está mal de saúde, em mal estado.

Sem contar outras “doenças” que, mesmo em portugues, carregam a palavra mal em destaque ou em sua raiz, como é o caso de Mal de Alzheimer, Mal de Parkinson, ou malária, que tem origem italiana, onde os médicos afirmavam que era adquirida ao se respirar o ar pestilento dos pântanos (mal ária ou mau ar). Ou seja, as palavras se referem àquilo que nos incomoda, gerando medo ou pânico.

Porém, pela perspectiva das 5 Leis Biológicas, esta visão é muito superficial frente à grandeza e complexidade de um processo biológico tão rico e que, há milhões de anos, vem garantindo nossa evolução e sobrevivência por aqui.

Daí o desejo do Dr. Hamer de guiar as pessoas “a uma compreensão das doenças livre de medo e pânico”, afirmação que tomei emprestada para dar o título deste artigo.

 

O novo olhar para a “doença” segundo as 5 Leis Biológicas

O ensinamento primordial das 5 Leis Biológicas do Dr. Hamer é que tudo na Natureza está em simbiose. Sendo assim, esses processos, que até agora chamávamos de “doença”, fazem parte da natureza biológica de todos os seres vivos.

Em outras palavras, são respostas desenvolvidas pelo nosso corpo, ao longo de nosso processo evolutivo, para fazer frente a situações inesperadas, que excedem nossa capacidade de contenção.

Ainda segundo as 5 Leis, nossa forma particular de experimentar a situação inesperada também faz diferença, atribuindo um significado à experiência e determinando a área e o tecido do nosso corpo que responderão a essa situação. E essa forma particular está ligada a diversos fatores, como atitude, expectativa, vulnerabilidade, crenças e nossos medos.

Pode não parecer nada diferente, já que há muitos anos, diversos autores falam da relação entre trauma emocional e doenças, mas o conhecimento das 5 Leis Biológicas vai além, e nos traz a perspectiva de que existe um sistema complexo de interação entre psique, cérebro e órgão, trabalhando como uma só unidade.

Após uma ativação (chamada de choque biológico), ocorre uma resposta orgânica em determinado tecido em uma área precisa do nosso cérebro e com uma reação específica da nossa psique para poder lidar com essa experiência. Como o Dr. Hamer escreve, uma “fisiologia especial” para fazer frente a situações especiais. Ou seja, é uma reação do nosso organismo àquela determinada situação conforme nossa percepção. Por isso, a mesma situação vivenciada por duas pessoas pode provocar reações diferentes, já que a percepção dessas pessoas sobre a situação é o que conta.

A não compreensão desses processos naturais de nosso organismo, nos faz olhar para essas respostas fisiológicas (ou “patológicas”, dependendo do entendimento) como o “problema”, desviando da oportunidade de olhar para o “desafio” biológico que nosso corpo está enfrentando. Isso contribui para a reincidência, favorecendo a cronificação desses processos e tirando a OPORTUNIDADE de EVOLUIRMOS com a situação.

Valorizarmos os aspectos que nos causam sofrimento, dor, incapacidade, fraqueza, debilidade, como vimos na origem dos termos até hoje utilizados para designar essa situação, nos tira do olhar construtivo e responsável sobre uma situação que nos desafia.

Por isso, utilizar a palavra “doença” entre aspas, para nós, significa reconhecer que esse conhecimento nos traz a possibilidade de enxergar esses processos como “programas especiais de sobrevivência com sentido biológico”, como, aliás, definiu o Dr. Hamer, o que faz todo o sentido, especialmente se consideramos que a Natureza é perfeita e que somos parte dela.

 

* André Chediek é fisioterapeuta osteopata, constelador familiar e coordenador acadêmico da 5LB Brasil. Estuda as 5 Leis Biológicas desde 2010.

 
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