Um desabafo: O que seu corpo diria se pudesse falar?

Por Rodrigo D’Antonio Correa
Se você está chegando aqui nesse texto agora, antes de mais nada, seja bem-vindo! É importante saber que Ele faz parte de uma série de textos narrados em primeira pessoa pelo corpo do Roberto, pelo seu “animal interno”! Ah, um aviso: Esse texto pode conter pitadas de humor e ironia 🙂 – Para ler os outros “desabafos” da série, é só clicar aqui.

 

E já estou eu aqui de novo todo abusado, me aventurando a escrever sobre algumas reflexões e pensamentos. Recentemente repostamos o texto “Dando-lhe Voz ao Corpo” de Simona Cella, (aliás, se você não leu, recomendo), que me fez imaginar como seria uma conversa sincera, um desabafo do nosso corpo nos dias atuais. 

Porque uma das muitas mudanças que o olhar das 5 Leis Biológicas traz é essa mensagem de que a nossa biologia e o nosso corpo estão sempre buscando essa conversa. E pensa em um cara paciente, empático e didático esse tal de nosso corpo! 

Ele chega devagarinho, avisando aos pouquinhos, de leve, sempre que começamos a fazer coisas que vão nos distanciar da nossa biologia e do nosso propósito, mas geralmente estamos muito ocupados e fora de um estado de presença e, na maioria das vezes, nem ouvimos. Quando finalmente conseguimos ouvir, geralmente não temos ferramentas para compreender ou nos falta continente para suportar a mensagem e acabamos deixando que essa conversa seja adiada ou se perca na nossa rotina.


Assim, imaginei esse desabafo:

“Eita, lá vai o Roberto de novo se meter em um relacionamento em que vai ter problemas para se encaixar na vida dessa outra pessoa, morando em um apartamento que não é dele, etc. Logo ele que já tem problemas em relação a isso por causa láááá da sua história com seu pai. Aff, já vi que vou ter que lembrá-lo novamente disso. 

Como sempre, vou começar devagar com uma retenção de líquido pequena, uma dorzinha ali, uma alteração no sono, nada demais, pra ver se pelo menos ele muda um pouco e depois a gente se reorganiza com uma febrezinha básica ou inflamaçãozinha aqui outra ali e segue o jogo. O chato é que já tentei isso antes e pelo visto ele não me entendeu. Mas, vamos lá, a gente trabalha pra isso!

Sabe, quando escuto histórias dos meus ancestrais, que inveja, o trabalho deles era tão mais tranquilo. Se dessem um sinalzinho, o cara logo mudava de caverna, ia procurar outra savana e o máximo que acontecia era uma dorzinha aqui outra ali, uma coceirinha e estava tudo resolvido em algumas semanas no máximo.

Agora é essa saga. Roberto “finge” ou parece que não me ouve, diz que o problema é do colchão, do glúten, da dieta, da idade e olhar pra onde estou apontando que é bom, nada. Bom, depois de anos avisando e avisando, obviamente preciso ser um pouco mais enérgico e aí o culpado passa a ser Deus, o azar, o universo, o tal do Carma, o boneco de Vudu… é cada coisa que ele inventa, vou te contar. Às vezes, até eu mesmo quase chego a acreditar!

Isso quando não colocam a culpa em mim: meu corpo veio com defeito de fábrica, meu corpo está brigando com ele mesmo (as famosas “doenças” autoimunes), preciso que você troque essa peça, doutor, por que comigo? “Oh, vida, Oh, céus, Oh azar” – Lembram desse personagem? É igualzinho ao Roberto!

Ainda bem que sou teimoso e vim com uma única função: levar o Roberto a se aproximar do que lhe faz bem e ficar longe do que faz mal. Nem que eu quisesse muito, conseguiria fazer outra coisa, essa tal Biologia não me deixa. E olha que já tentei pedir pra ela, mas não adianta!

A verdade é que às vezes eu acho que estou falando grego, que preciso desenhar! 

Mas em defesa do meu amigo Roberto, também preciso reconhecer que estar presente, na correria dos dias de hoje, com a quantidade de coisas que “precisamos” FAZER, que “precisamos” TER, para depois nos preocuparmos com o que vamos SER é uma tarefa bem difícil. 

A vida em sociedade nos leva cada vez para mais longe do que é essencial e por mais que eu tente acompanhar e me adaptar, não consigo – e quando olho para o horizonte, nem sei se quero, pra ser bem sincero. 🙂

Mas hoje em dia, o que me conforta e me dá um novo ânimo é que tem gente voltando a se preocupar em dar mais atenção às nossas conversas, bater um papo mais franco e sincero, correndo atrás de dicionários e tradutores melhores para ajudar nesse processo.

Certa vez, um desses amigos tradutores que estão por aí, tentando ajudar pessoas como o Roberto, um tal de André Chediek, disse: “A vida nos distrai de nós mesmos toda hora”.  E ele tem toda razão. É por isso que eu fico aqui nas minhas conversas diárias com Roberto. 

Mas, olhar para frente e ver que hoje o Roberto tem novos incentivos e possibilidades de procurar maneiras para a gente se entender melhor, me deixa mais seguro e mais forte. 

Com novos mapas, novos tradutores eu vou gastar muito menos tempo e energia com DRs desnecessárias e buscas inúteis de culpados do lado de fora, tentativas frustradas de buscar todas as respostas no passado (algumas até estão) ou tentar prever e se precaver com tragédias no futuro e com isso consigo focar minhas energias no que é mais importante: NO AGORA, NO PRESENTE, que talvez não tenha esse nome à toa! Né?

Seguimos por aqui ligados no Roberto e nas nossas conversas, o futuro parece promissor! Ufa! Enfim, desabafei e agora preciso ir ao banheiro fazer xixi. Entendedores entenderão!

 


Rodrigo D’Antonio é o responsável por toda divulgação do conteúdo da 5LB Brasil. Com mais de 20 anos de experiência em tecnologia, gerencia o site, os sistemas e as redes sociais, além de produzir as artes e é responsável pelo Atendimento e Experiência do Cliente, tirando todas as dúvidas sobre nossos cursos e demais produtos da Plataforma 5LB.

 
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