Por que precisamos nos conhecer?

André Chediek*

Temos que nos conhecer! Mas, por que? 

Simplesmente porque no modelo de sociedade em que vivemos hoje e com a tecnologia atual, sabem sobre nós mais do que nós mesmos. E tem mais, existe um baita interesse nisso!

Para que? Para nos protegerem? Para cuidarem de nós? 

Claro que não. Para obterem lucro através de nós.

É assim que funciona e todos sabemos disso. As grandes empresas não vão deixar de buscar lucros, mas nós podemos deixar de ser usados por elas sem nem mesmo nos darmos conta. O que te parece? Só você pode escolher o que fazer. 

De fato, independentemente da sua escolha, importante é que ela seja, de fato, escolhida e não uma decisão automática, movida por outros que, bem provavelmente, tenham interesses distintos de você. 

Mas qual decisão devo tomar? Só você pode saber dizer, ninguém tem nada a ver com isso. É importante saber também que não fazer nada e seguir o fluxo normótico é uma escolha – e tudo bem. Ouço argumentos como, “confio que essas organizações querem o meu bem, por isso sigo o que determinam”, ou, “todos fazem o mesmo, não é possível que estejam equivocados e só eu o certo, né?”. Isso me faz lembrar uma frase de Krishnamurti: “Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente”. 

Porém, como disse acima, não cabe aqui entrar no motivo de sua escolha, mas você terá que se responsabilizar por ela. Não venha depois, já adulto e livre, sustentar um lugar pequeno e inocente de procurar culpados, dizendo “eu confiava que estavam do meu lado, que era pro meu bem e bla bla bla”; ou “a culpa não é minha, me enganaram”…. Por isso digo: ESCOLHA, sabendo que toda renúncia também é uma escolha. 

E o que isso tem a ver com a saúde? Tudo! 

Confusão e medo nos colocam em um lugar de choque – e qualquer coisa que nos é ofertada para sair disso, reflexamente, sem questionarmos, compramos. Algo nos amedronta mais do que o medo de morrer ou sofrer? Nada nos faz gastar mais, sem pensar, do que uma urgência, algo que me faz morrer de medo, com risco e que seja essencial para poder seguir vivendo ou livre de dor. 

 

A ideia que nos faz sermos os hamsters que giram essa lucrativa roda é a de que o que precisamos para viver com saúde está fora de nós e é possível comprar. Desta forma vemos, admirados, como se não entendêssemos bem o porquê, como cada vez mais pipocam a cada esquina mercados e mercados para atender a essa demanda. Os chamamos de drogarias, onde vendem tudo quanto é droga, até as mais leves como refrigerantes, sorvetes e chocolates, que tem um público cativo –  que todo mês bate ponto e deixa grande parte de seu suado trabalho nessa ilusão. Que ilusão? A de que estão comprando saúde. 

“Ah, mas no meu caso é tranquilo, não gasto nada porque o governo me dá o remédio”. Esta fala reflete bem o nível de hipnose, mas deixe-me dizer, meu prezado, o governo não nos dá nada, muito pelo contrário, ele cobra, e caro, por isso. Estamos entre as maiores cargas tributárias do mundo (e subindo!) e, para piorar ainda mais o saldo dessa conta, ainda oferece serviços públicos de péssima qualidade. Bom, mas não quero aqui desviar do tema, muito menos ir para um viés político (saúde e política, tema rico e fantástico que deixo para outro texto).  

Voltando às gigantes redes de drogarias, que se amontoam em toda a cidade do Brasil, vale lembrar que esse título mundial é nosso. O país com a maior quantidade de drogarias no mundo é o Brasil. 🏆 E estamos entre os dez países que mais consomem medicamentos no mundo. Então, como se vê, esse mercado da “saúde” é altamente lucrativo e segue subindo; só nesses últimos 5 anos cresceu 62%. 

Durante a “pandemia” (do 1º tri de 2020 ao 1º tri de 2022) o lucro, LUCRO LÍQUIDO, das 10 maiores indústrias farmacêuticas do mundo cresceu 41%. Só a conhecida Pfizer registrou alta de 131% em seu balanço. E mais uma coisa importante a considerar, se o que eles vendem é tão necessário para todos, por que investem mais em marketing do que em pesquisa científica? Será que é tão necessário assim ou nos fazem crer que não vivemos sem? 

Honestamente nunca vi campanhas publicitárias milionárias para venda de água, por exemplo, ou legumes, frutas e verduras, que me parecem muito mais necessárias à nossa saúde. Mas só pensei alto, seguimos…

Citei aqui só alguns números e provocações para ilustrar um pouco o que estamos falando. Para ficar claro, o objetivo desse texto não é criticar a indústria dos medicamentos. As empresas estão se comportando como tal para cumprir o seu papel, mas existe também um comportamento da outra parte que é necessário para que tudo isso seja tão lucrativo. E esse sim é o alvo desse texto, os consumidores, que também estão fazendo o que esse mercado espera deles, hipnoticamente consumindo.

Antes que interpretem equivocadamente, vale esclarecer, não é um apelo irresponsável para que parem de consumir medicamentos ou uma ideia de que nada da indústria farmacêutica serve. Claro que tem momentos e situações que esses recursos podem ajudar e muito a estabilizar a situação para que, então, VOCÊ MUDE! 

Esse texto é um apelo para que se conheçam! Para que busquem se conhecer, se sentir, reconhecer aonde precisa ser olhado com atenção em sua vida, sabendo que seu corpo é a representação dela. E que se algo no corpo não está legal, é claro que tem algo na sua vida que não está indo bem. E você pode não estar nem mesmo sendo capaz de sentir isso. 

– Ué, se tem algo acontecendo e não sou capaz de sentir, como vou sair dessa?

 Exatamente se conhecendo, desenvolvendo seu sentir e treinando sua atenção e presença.

 

– Ufa, há esperança então?

 

Muito mais do que esperança, há ferramentas eficazes para isso. Você talvez só não as conheça. 

Vale entendermos que grande parte desses recursos, que tanto se vende por aí, não cuida de onde precisa ser cuidado em você. Muitas vezes, o papel só é silenciar onde grita, onde “incomoda”, com a infantil ideia de que se incomoda é ruim e, o bom, é sem incomodar. Porque assim você continua sendo “produtivo” (pra quem?), não precisa fazer nada de diferente, segue como um zumbi, anestesiado, desconectado ainda mais do que realmente é e bizarramente relacionando com o seu corpo na base do medo, como se ele fosse uma máquina de gerar “problemas”.  E cada “check up” que você é coercitivamente levado a fazer, morre de medo de que algo ruim apareça. (Sim, também há evidências robustas que permitem refletirmos sobre esse automatismo). 

Mas posso ser sincero? Seu corpo NÃO é uma máquina de gerar problemas! Ele é uma coletânea de recursos evolutivos bem sucedidos, que permitiram que a vida chegasse, através de seus pais, até você. Seu corpo é uma máquina de sentir, com a função inata de garantir sua sobrevivência, de sustentar a vida em você! Ele está sempre ao seu lado, ele quer o seu bem, ele te orienta ao seu propósito o tempo inteiro.

 E você, o que faz com essa dádiva da vida?

Você o descarta e/ou o silencia com qualquer “droga” que facilmente chega em 10min na sua casa e, pronto!, pode continuar na M****💩, mas sem sentir nada.  Com isso, segue normoticamente, entorpecido, consumindo, “produzindo” (pra quem?), buscando “likes” pela vida afora, se perdendo da oportunidade de saber quem você é!

Ou você busca se conhecer, reflexiona sobre suas escolhas e sobre como responde às situações que se apresentam, é atento e respeita o valor da sua atenção, escolhendo para onde a direciona e treina o seu sentir?

Meu maior apelo é: se informe, busque, sinta, acolha, cuide gentilmente e compassivamente de você, encontre seus recursos, se conheça. Nem sempre é simples ou fácil, eu sei. Mas há coisas que só você pode fazer por você mesmo e, se necessário, busque ajuda. Para fazer esse caminho de um bom lugar e com autorrespeito, se responsabilize por essa dádiva que é você. Confie e assuma esse compromisso com você mesmo.

Não confie em quem se preocupa com a sua dependência. Não deixe sua saúde depender de algo que não depende de você, liberte-se!!

Apontamos neste artigo um ponto que se refere às escolhas que fazemos e ao poder que temos como CONSUMIDORES.

Não abordamos aqui onde podemos olhar, então quando queremos investir em nossa saúde. Caso seja do seu interesse ouvir ou ler um pouco de nós sobre isso, nos sinalize 😉 

*André Chediek é fisioterapeuta osteopata, constelador familiar e coordenador acadêmico da 5LB Brasil. Estuda as 5 Leis Biológicas desde 2010.

 
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