A Percepção Guia a Nossa Vida. Por Simona Cella

Se você não gosta da sua vida, se seu relacionamento com os outros não o satisfaz, se você se vê constantemente preso no mesmo humor incapacitante ou nos sintomas que o deixam estagnado, ficará claro para você que algo precisa mudar… Mas o quê?

Uma mudança é possível, tendo uma nova
visão dos fatos, isto é, uma nova
PERCEPÇÃO das coisas.

Ter uma nova percepção não significa recontá-la a si mesmo, imaginar algo que não existe… Você não é bobo e não acreditaria nisso. Uma nova percepção nasce espontaneamente, observando aquilo que não estava sendo considerado, que você não conseguia notar porque “escondia-se no fundo do seu mundo perceptivo”.

Deixe-me dar um exemplo: durante a Formação Bienal em 5LB, dei como tarefa aos integrantes do grupo fazer uma pesquisa fotográfica sobre a sua família de origem. Uma psicóloga, então, reclama da incumbência, explicando que se sentia muito chateada com seus pais porque eles NUNCA tinham a segurado no colo….

Na reunião seguinte, ela chega ainda mais furiosa. Ao realizar a tarefa, havia descoberto algo terrível: encontrou fotos dela nos braços da mãe e do pai!

Mas… porque ela estava zangada? A conclusão dela foi a de que seus pais só a pegaram no colo para tirar fotos de família…

… Não ria você que me lê agora… Esta mulher, extremamente inteligente, estava há anos tão concentrada na sua dolorosa convicção, que qualquer exceção que surgia devia ser “manipulada” de modo a não modificar sua história de base…

Assim fazemos todos nós e fazemos sempre!

Na nossa história, há nossas feridas, com base nas quais organizamos nossas identidades. 

É impossível questioná-las a não ser que:

  1. Aprendamos como funciona o nosso mundo perceptivo.
  2. Reconheçamos que isso é rápido como a luz e esta velocidade é justamente o que nos confunde e nos impede de reconhecer nossa implicação na história que nos contamos: somos nós que “escolhemos” em que memórias focar.
  3. Experimentemos a sensorialidade das nossas memórias, pois é isso que nos convence de que o nosso pensamento é objetivo e real.
  4. Incluamos a dúvida, abrindo-nos a novas observações

Assim foi como ocorreu com aquela psicóloga no curso de formação…

  1. Perguntei a ela se ela se recordava de quando aquelas fotos tinham sido feitas e ela me respondeu… “Não!”
  2. Sugeri a ela que, então, havia duas possibilidades: uma era a que ela tinha assumido como hipótese verdadeira. A outra era a de que, como ela não se lembrava do momento em que as fotos foram tiradas, talvez houvesse outros momentos, provavelmente raros, em que seus pais a tivessem levado nos braços, mas que ela também não se lembrava…

Não tentei convencê-la, apenas inseri a dúvida, sublinhando-a com uma frase que endossa a identidade nascida dessa ferida: “e em todo caso nunca saberemos porque se trata do passado…”.

Livre de julgamento, sem ter que aderir ou refutar a minha afirmação, a dúvida deixou marcas: rompeu o esquema rígido ao qual a pessoa estava presa, permitindo que outras memórias emergirem.

As exceções vêm à consciência e modificam a percepção
da minha história pessoal, justo o suficiente
para que eu possa encontrar novos recursos e possibilidades


Se você estiver interessado em aprofundar e experimentar isso para si mesmo e para aqueles que lhe pedem ajuda, estamos esperando por você no curso! Sim.

 

 

 

 

 

 

 

 
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