Por Rodrigo D’Antonio Correa
Se você está chegando aqui nesse texto agora, antes de mais nada, seja bem-vindo! É importante saber que Ele faz parte de uma série de textos narrados em primeira pessoa pelo corpo do Roberto, pelo seu “animal interno”! Ah, um aviso: Esse texto pode conter pitadas de humor e ironia 🙂 – Para ler os outros “desabafos” da série, é só clicar aqui.
É pessoal, estou eu aqui de novo precisando desabafar, porque eu aguento pancada, mas chega uma hora que a gente cansa de ser saco de pancada e de ficar levando a culpa de tudo.
– “Ah, nossa que azar, essa “alergia” na pele, logo agora! – Ah, porque logo agora que estou de férias, tenho essa “gripe”? – Ah, estou ficando velho e cheio de dor nas costas”.
As minhas conversas com Roberto tem melhorado, como já falei algumas vezes em outros desabafos, principalmente depois da gente conhecer uns amigos da saúde que tem ajudado nesse “meio de campo”, nessa tradução entre o que eu digo pra ele e o que ele entende. E ajudando também a dar novos significados para coisas que o Roberto já estava acostumado a olhar, de um jeito que foi se alinhando com a nossa vida moderna, mas deixando ele mais longe da sua biologia, da sua essência, ou seja, de mim! 🙁
Porque, vamos combinar né gente, pelo menos agora ele tenta me ouvir, antes nem isso! Era tudo culpa de alguém ou alguma coisa de fora! ou azar…
Bom, mas chega de falar bem do Roberto, hoje é meu dia de desabafar, eu hein! Me deixa também com minhas necessidades e vontades! hehe
Então, voltando àquelas lamúrias que falei acima e que volta e meia sou obrigado a ouvir:
NÃO Roberto! Não é por acaso sua “alergia” exatamente na Pele e exatamente naquele lugar e naquele momento. NÃO é coincidência que isso tenha acontecido na mesma época que você reencontrou e abraçou aquela sua ex-namorada, que teria sido o grande amor da sua vida, e que você estava há semanas esperando ela chegar de viagem, depois de vocês terem se separado porque ela precisou morar fora a trabalho.
Você lembra como ficamos com esse término? Você tem ideia do que eu precisei fazer aqui dentro para que a gente seguisse em frente? Claro que precisei fazer algumas adaptações e segurar as pontas aqui. E é claro também que quando finalmente vamos ter aquele contato, aquele abraço tão esperado novamente, que eu precise dar uma relaxada e reparar alguns tecidos e órgãos, mesmo que isso possa te causar algum desconforto.
E aí eu fico aqui pensando: Como explicar pro Roberto de maneira beeem didática, bem objetiva para que ele entenda que faz parte de um processo, de um reparo necessário e assim ele possa ficar o mais tranquilo possível?
Hummm vamos ver: Ele teve novamente um CONTATO que ele queria muito, por muito tempo, mas não podia ter. E qual o órgão que deixaria mais claro para ele essa ligação do CONTATO com os possíveis sintomas e sinais que vou precisar que apareçam nesse processo…pensa Corpo…pensa: Onde ele sente esse contato, esse abraço…BINGO, NA PELE!
Ah boa! Ele vai entender meu recado e, se precisar, vai passar alguma coisa para aliviar os sintomas Procurar algum amigo da saúde, se preciso, ou simplesmente acolher esse meu sinal, fazer um carinho e entender o processo.
Hummm tolinho! Lá está Roberto novamente procurando culpados do lado de fora. Ah, pode ser o gato (que ele tem há 10 anos e isso nunca aconteceu), há é essa camisa nova, pode ser alguma coisa que eu comi…Aff! Não Robertinho, meu amor! Sou só eu precisando de um tempinho para reparar algumas mudanças que preciso fazer quando passamos por uma situação que pra gente foi mais complicada naquela época.
E por aí vai: A Gripe nas férias NÃO é um motivo para você virar a Hiena Hardy e ficar repetindo: OH VIDA,OH CÉUS, OH AZAR (dependendo da sua idade, você pode não ter entendido a referência haha, depois dá um google aí! 🙂).
Talvez seja porque você passou os últimos dois meses em estado de alerta e preocupação para entregar aquele projeto super importante no trabalho e precisava ser antes das férias.
E para isso eu preciso segurar as rédeas aqui porque por mais necessário que seja, é claro que não vou fazer essa reparação no meio do projeto, sei que você precisa de mim funcionando bem para que você consiga entregar tudo. Para isso, utilizo com maior intensidade algumas funções para que você se dê conta. Mas, passado isso, preciso reparar os tecidos que foram utilizados a mais, para voltarmos à função normal. E a forma que sei fazer (aprendi a milhares de anos!) essa reorganização celular, é através de um processo inflamatório, por exemplo nesse caso.
Eu reclamo, e às vezes preciso ser mais “enérgico”, mas também sei ser compreensível e saber a hora certa de fazer meus reparos. Novamente: NÃO FAÇO NADA POR ACASO, TUDO TEM SEU POR QUE. E tudo é pela sobrevivência do Roberto, absolutamente TUDO!
Não vem com essa conversa de que “Ainn estou ficando velho, e por isso estou cheio de dor nas costas”. Ah, Roberto, eu escuto essa ladainha desde que você tem 20 anos: “Nossa tô com dor porque tô velho” – Velho Roberto? 20 aninhos? Ahh faça-me o favor!
E não é dor “nas costas”, é na sua LOMBAR! E não é por causa da sua idade, e nem por acaso que essa dor tenha aparecido algum tempo depois de terminar um relacionamento, onde você passou anos não se sentindo válido como parceiro e sentindo que não tinha apoio.
Só eu sei o que precisei fazer aqui dentro para “segurar” e dar esse apoio. E agora que ele está em uma nova fase e com uma nova percepção onde isso não é mais um risco para nossa sobrevivência, eu posso me dar esse presente, relaxar e fazer os reparos que preciso para deixar a gente aqui ainda mais forte para quando Roberto precisar de apoio de novo!
Eu faço questão de ser sempre bem específico, para deixar o menos de dúvida possível e tentar mostrar pro Roberto pra onde ele deve olhar e porquê, exatamente para não ter que ouvir essas abobrinhas! Ah, #prontofalei! Desculpa, mas tem horas que fico muito P* da vida e não consigo continuar com a luva de pelica, aí falo com mais intensidade! Afinal, também sou da natureza.
Gosto de usar os exemplos na natureza, pois lá a comunicação é bem mais simples: Você NUNCA vai ver uma zebra ter câimbra ou uma distensão muscular enquanto estiver fugindo de um leão. Meu companheiro, o corpo da Zebra, NUNCA ia cometer essa gafe, minha gente!
E eu aqui não sou diferente meu povo e minha pova. Lembrem que, pelo menos nos últimos milhões de anos, eu mudei bem pouco. Vocês e a vida em sociedade é que saíram que nem doidos mudando, criando coisas (algumas boas, outras necessárias e algumas bem desnecessárias) e claro que eu não consigo, (e nem sei se quero) acompanhar esse ritmo e todas essas mudanças.
Então gente, não é defeito, não é castigo, não é azar. Sou eu tentando conversar com o Roberto e explicar da maneira mais didática e coerente possível ONDE, QUANDO E PORQUE alguns sinais e sintomas aparecem.
Ahh, mas não dá pro Roberto saber e entender tudo né? Claro que não, e nem sempre precisa. Se entender que sou eu me ajeitando aqui dentro, confiar que não é por acaso e que eu não vou fazer nada que não seja pela nossa sobrevivência, já é um grande caminho.
Assim seguimos juntos.
E, quando for necessário, recorrer aos amigos da saúde que possam ajudar nessa tradução, com tratamentos e/ou em sugestões que possam ajudar nesse processo e situação específica. E, quem sabe, também ajudar para que isso não aconteça novamente ou aconteça de maneira cada vez mais leve! 🙂
Porque como disse uma vez aquele amigo da saúde, André Chediek, que tá virando figurinha carimbada nessas minhas reflexões e desabafos: “Evitar os Sintomas e Sinais é deixar de Viver” (ou algo assim hehe). Precisamos aproveitar essas oportunidades para colocar luz em lugares onde só tinham sombras!
“Não vamos desperdiçar sintomas”, como diz sempre uma outra dessas lindas amigas da saúde, Liana Netto 🙂
Eita que ficou bonito esse final hein! E faz sentido pra você? Então bora refletir “Robertos!” e até meu próximo desabafo
Fuuuuiiii que preciso fazer meu xixizinho 🙂