Mitos e Verdades sobre as 5LB: Descobrir o “DHS” é a Solução do Problema?

André Chediek*

Na busca incessante por respostas sobre nossa saúde física e mental, muitas teorias surgem, algumas das quais ganham status de verdade absoluta sem uma análise crítica. Neste artigo da série “Mitos e Verdades”, vamos explorar a crença comum de que descobrir o DHS (Dirk Hamer Syndrom) é a solução definitiva para resolver nossos problemas de saúde.

Para contextualizar, o DHS refere-se ao choque biológico, o ponto de ativação das respostas fisiológicas diante de uma ameaça, conforme descrito na 1ª das 5 Leis Biológicas de Dr. Hamer. No entanto, a ideia de que a simples identificação do DHS leva automaticamente à cura é um mito que precisa ser desmistificado.

 

O primeiro equívoco a ser abordado é a suposição de que localizar o ponto de origem do processo biológico, por si só, resolve o problema. Infelizmente, na maioria das vezes, não é tão simples assim. Aliás, nem sempre é simples descobri-lo. Em muitos casos, o DHS está enraizado em eventos passados, vividos em fases precoces da vida, ou é tão traumático (tão intenso) que foi dissociado, “anestesiado” da consciência. A busca incessante pelo DHS, muitas vezes, pode ser uma jornada complexa, levando a mais confusão e desconforto.

Outro ponto crítico é o risco associado a essa abordagem de “caçadores de DHS”. Alguns traumas são tão intensos que reabri-los pode resultar em retraumatização. O cuidado ao lidar com questões tão sensíveis é fundamental, pois tocar repetidamente no trauma pode agravar o sofrimento ao invés de curá-lo. Existem formas terapêuticas estratégicas de acessar essas situações em segurança.

Ao compreender profundamente as 5 Leis Biológicas, torna-se evidente que a busca pela resolução do processo não se limita apenas à identificação do DHS. Há uma miríade de elementos que contribuem para o entendimento do quadro clínico. Utilizando esse conhecimento como “background” para um processo terapêutico e responsável, é possível explorar esses elementos de forma a contribuir para o processo de bem-estar e integração da experiência traumática.

Também é essencial evitar a armadilha comum dos “GNêmicos”, como chamamos humoristicamente aqueles que aplicam esse conhecimento de maneira irresponsável. Culpar situações externas, apontadas pelo terapeuta como possíveis DHS, pode levar o cliente a uma posição de vítima, dificultando ainda mais o caminho para a cura. Adotar esse conhecimento requer assumir responsabilidade sobre si mesmo, um aspecto frequentemente discutido em nossos cursos sobre as 5 Leis Biológicas.

Estudar essas leis biológicas não é isento de riscos, e o principal deles é a necessidade de assumir responsabilidade pessoal. Somente ao fazê-lo, podemos experimentar a verdadeira liberdade em nossas ações. Quer coisa melhor do que isso? 

Para concluir, a jornada para a compreensão do DHS e seu papel nas 5 Leis Biológicas é, portanto, uma busca complexa que exige discernimento e responsabilidade. Vivenciar em nós mesmos, de maneira madura, permite compreender a complexidade de acompanhar o outro.

Se houver aspectos que não ficaram claros ou se você deseja aprofundar algum tema, sinta-se à vontade para deixar uma mensagem. Trocar ideias é uma alegria que fortalece o entendimento mútuo.


*André Chediek é fisioterapeuta osteopata, Somatic Experiencing Practitioner (SEP), constelador familiar sistêmico e coordenador acadêmico da 5LB Brasil. Estuda as 5 Leis Biológicas desde 2010.

 
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