Como um peixe fora d’água: o programa do “Exilado”

“Para os animais, a adaptação a vida em terra firme constituiu uma proeza evolutiva de enormes condições, que exigiu drásticas mudanças em todos os sistemas dos órgão. O maior problema fora da água era, naturalmente, a desidratação”. – Capra, A Trama da Vida

De acordo com os descobrimentos do Dr. Hamer, os sinais e sintomas que constituem os quadros clínicos não são falhas ou defeitos da natureza, mas sim fenômenos que foram programados nos organismos através da evolução, e que se ativam e desativam, dando a oportunidade de se prepararem quando se deparam abruptamente com uma situação que ameaçam sua sobrevivência. Além disso, esses programas permitem continuar se adaptando às condições do seu meio ambiente.

Um desses programas especiais, que são de maior importância clínica em seres humanos, é o dos Tubos Coletores Renais (TCR), que é um tecido de origem endodérmica controlado a partir do tronco cerebral. Este programa apresenta aumento de função (reabsorção tubular) durante a fase ativa (simpaticotônica ou de estresse), e diminuição na fase de solução (parassimpático ou de relaxamento).

Esse programa é considerado muito importante, porque está por trás da retenção de líquidos, fenômeno esse que ocorre como resultado do aumento da função de reabsorção tubular, fazendo com que, ao invés de eliminar algo em torno de 800 a 1800 ml de urina, se elimine em torno de 300 ml (oligúria) ou até mesmo nada (anúria).

A consequência direta disto é o ganho de peso devido ao edema. Este edema quando é leve e se crônifica, pode combinar com outros outros programas, como o de tecido conectivo gorduroso (não sentir-se apto a ser tocado) que construí tecido adiposo e o de oposição com repulsão (células alfa das ilhotas pancreáticas) que produz hipoglicemia e portanto um impulso de comer para compensar, unindo condições que levam rapidamente ao sobrepeso e a obesidade.

É também importante porque quando os líquidos são retidos e, ao mesmo tempo existem outros programas em fase de reparação, os tecidos aumentam de volume consideravelmente, gerando um grande inchaço, causando dores e outras complicações como obstruções e sangramentos graves. Por tanto, qualquer sintoma se complica quando o programa de retenção de líquidos está simultaneamente ativo.

O programa do TCR foi chamado pelo Dr. Hamer de “Exilado”, “Prófugo” ou “peixe fora d’água”, por indicar que, de forma análoga a um peixe que se encontra fora do seu meio, ou como um exilado que luta pela sua sobrevivência, os seres humanos podem ativar respostas fisiológicas especiais nos espaços intracelulares (entre as células), relembrando um mecanismo arcaico de reter líquidos para sobreviver por mais tempo.

Conforme descrito por Fritjof Capra em “la Trama de la Vida”:
“Para Facilitar a transição para este ambiente totalmente novo, os animais inventaram um truque bem engenhoso: Levaram com eles seu meio anterior para seus descendentes. Até hoje em dia a matriz animal simula a humidade, a flutuabilidade e a salinidade do ambiente marinho antigo. Além disso, as concentrações de sal no sangue e em outros fluidos corporais dos mamíferos são notavelmente semelhantes às dos oceanos. Estamos fora das águas do mar há mais de 400 milhões de anos, mas nunca a deixamos para trás, estando ainda em nosso sangue, suor e nossas lágrimas”

Quando se apresenta uma retenção de liquido, convencionalmente se considera que existe uma insuficiência renal, ainda mais se as taxas de creatinina e ureia estão elevadas no sangue.

Sobre isso, Dr. Hamer relata que esta elevação se deve na verdade, à ativação dos mecanismos complementares de “se manter mais tempo fora d’água”, retendo assim substâncias que geralmente são eliminadas através da urina após terem sido metabolizadas e que nestas condições, relembram uma espécie de “reciclagem” dessas substâncias para convertê-las em alimento. Isso acontece de forma similar para as diferentes formas de vida aquático-terrestres chamados de animais ureotélicos, como anfíbios e amoniotélicos, como os peixes, que podem converter determinados compostos nitrogenados, que seriam descartados através de certas vias metabólicas para utilizá-los como alimentos de reserva.

De forma bem semelhante os seres humanos podem ativar o programa do TCR em muitas situações que nos são apresentadas de forma inesperada, representando perigo e naquelas que o “sentido biológico” seja análogo ao “sair da água de repente”, o deixando exposto a desidratação.

O “sentido biológico” (a chave de entrada) ligado ao programa dos TCR se observa de maneiras diferentes, levando em consideração três principais variantes de Sensação/percepção biológica, que podem ser combinados a experiência em si. (nota: Estas descrições são uma referência à representação linguística que fazemos dessas experiências).

• Perder pontos de referência, sentir-se sozinho e desorientado
• Ter que lutar pela sobrevivência
• Estar abandonado à própria sorte

Isto é, qualquer situação “externa” que se encaixe (internamente) nestas sensações/percepções, o indivíduo desencadeará a atividade simpaticotônica do programa dos TCR, que é o aumento da função de reabsorção tubular, deixando de eliminar os 800 a 1800 ml de urina, que são eliminados diariamente.

Agora, por “Perder pontos de referência”, se compreende situações ou cenários muito diversos, como por exemplo, quando tudo está perdido (ou está em risco de perder), coisas como: A casa, o trabalho, os meios de sobrevivência. Mas também quando perdemos relacionamentos que são muito importantes em nossas vidas, como perder um ente querido (pai, mãe, avô, um filho, um parceiro, etc).

Para exemplificar situações que frequentemente se conectam com a sensação de “Ter que lutar pela sobrevivência”, podemos fazer referência situações onde as pessoas recebem um diagnóstico grave (que representa perigo para sua vida), quando um tratamento não funciona e se perde a esperança ou quando simplesmente não existe um tratamento para a doença e “não há nada que se possa fazer”, colocando a pessoa em uma situação em que tenha que dar tudo de si para sobreviver.

Também quando uma pessoa experimenta situações onde de repente é deixada sozinha ou isolada (por exemplo, uma hospital onde a pessoa não se sente acolhida e bem assistida), é deixada para trás, abandonada ou se sente incompreendida (ex.: pelas pessoas ao seu redor), largadas à própria sorte, podemos ativar respostas de “peixe fora d’água”.

Sair desse tipo de situação, em geral, implica em neutralizar a sensação básica (visceral) da situação. Por exemplo, no caso de perder tudo (encontrar-se como um Exilado em prófugo), ajudar a encontrar maneiras efetivas de recuperá-lo de forma real (realidade de primeira ordem) ou abrir espaços na percepção (realidade de segunda ordem) para que sinta que existe uma maneira de sair dessa situação, criamos condições para que se desative o programa. Naturalmente é muito importante individualizar e juntar os elementos representacionais (o mundo interno) da própria pessoa para que seja mais fácil se desativar o programa dos TCR. Os mesmos princípios se aplicam no caso de sentir que se está “sozinho na luta pela existência”, ou que tenha sido “abandonado à própria sorte”.

Sempre que um programa dos TCR de desativa, o sinal imediato de mudança é o início abrupto da secreção urinária, inclusive em casos muito marcados de retenção prévia de líquidos, algumas pessoas chegam a urinar algo em torno de 6 a 7 litros em uma hora, o que não deixa de ser surpreendente, mas é simplesmente o resultado de desativar abruptamente a função de reabsorção tubular. Nessa condição a pessoa desincha rapidamente e com isso melhoram muito os processos sintomáticos que representam complicações clínicas relacionados com outros programas de sobrevivência que estivessem em fase de solução, como por exemplo um gânglio inflamado, uma articulação inchada e dolorida ou até mesmo um tumor de tamanho considerável, que, a partir da eliminação da urina, daria a impressão que de se dissolver rapidamente, o que poderia ser perceptível em um caso utilizando imagens.

Por esta razão que o acompanhamento adequado das pessoas que estão atravessando uma situação clínica e emotiva difícil é de suma importância, pois sabemos que estar sozinho, desassistido e incompreendido podem gerar as condições que facilitam aparecer os sinais que ativam o programa dos TCR. Neste sentido, é interessante considerar que grande parte dos benefícios observados no chamado “Efeito Placebo” tenham a ver com a desativação do programa dos TCR, visto que no efeito placebo, as crenças do paciente, as crenças profissional de saúde e a relação do paciente com seu profissional de saúde entram todas em jogo e, quando estes três componentes são positivos, a pessoa está em condições de se sentir acompanhada e com confiança para sair de seu problema e saúde, por se sentir acudido e assim desativando o programa dos TCR.

E finalmente, como todos os seres vivos, os seres humanos também estão constantemente em busca de novas possibilidades de adaptação frente aos desafios que se apresentam durante nosso ciclo de vida, pois esse é o curso natural. Conhecer, observar e experimentar de forma diferente nossos processos de saúde, permite nos transformarmos em participantes ativos nas mudanças que precisamos para seguir adiante e continuar aprendendo e desfrutando das nossas experiências de vida!

Fontes:
1. Capra, F. La trama de la vida, Anagrama, 1996.
2. Hamer R. G., Il Capovolgimento Diagnostico, Amici di Dirk, 2009.
3. Pfister M., Manuale di applicazione delle Cinque Leggi Biologiche, Secondo Natura Editore, 2014.
4. Kumar, P., Clark, M. Clinical Medicine, WB Saunders, 1998.
5. Hamer, R.G. Scientific Chart, Amici di Dirk, 2007.
6. Lehninger, A. Nelson, D. Principios de Bioquímica, Omega, 1995.
7. Watzalwick, P., Nardone, G. El Arte del Cambio, Herder, 2007.
8. Bandler, R., Grinder, J. La estructura de la magia, Cuatro Vientos, 2010.
9. Benson, H., Stuart, E. The Wellness Book, Scribner, 2010.
10. Kapit, W. Elson, L. Anatomia Cromodinámica, Fernández, 2013.

Te convidamos a conhecer mais sobre este modelo e suas possibilidades!
As 5 leis biológicas do Dr. Hamer ® (GNM) – Intensivo Básico

Tradução para o português por  André Chediek e Vinicius Stefanelli – 5LB Brasil

 
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