“Se não há interações, não há propriedades. Elas acontecem na interação. A realidade é tecida por relacionamentos” Carlo Rovelli
As propriedades (atributos) estão na relação que estabelecemos com algo e não nesse algo em si. É isso que o modelo das 5 Leis Biológicas do Dr. Hamer nos mostra a todo o tempo: o contexto determina o significado das coisas, logo, a atenção deve estar sempre na relação entre as coisas e suas partes e não propriamente nas coisas em si. Nessa perspectiva, fica claro que o adoecimento, a “doença”, não pode ser reduzida a uma pessoa, é necessário olhar a pessoa em sua rede de relações.
Vamos entender melhor…
O cientista e antropólogo Gregory Bateson afirmava que o interesse está na ação e na relação entre as coisas, e não em seus atributos. Ele dizia que “a maioria de nós, ocidentais, aprendeu a ver e definir as coisas pelo que elas são em si mesmas e não por meio de suas relações com todas as outras coisas. Agindo dessa maneira, nós perdemos o sentido de totalidade e de unidade estética e sagrada presente entre os organismos vivos e também entre as suas partes”.
Olhar para as relações faz com que tais coisas se tornem muito mais belas e sagradas, segundo nossa própria percepção. Ao contrário, uma visão materialista e mecanicista do mundo tende a ignorar esses circuitos e conexões apostando numa clara separação ou divisão entre coisas que não deveriam ser pensadas como estando separadas ou divididas. É contra esse tipo de visão que Bateson irá propor uma nova maneira de pensar, sentir, perceber e conhecer o mundo vivo em que habitamos.
No início dos anos 1970, estavam Jonas Salk, desenvolvedor da vacina contra poliomielite, e Gregory Bateson, em uma conversa sobre a mente. Bateson perguntou: “Onde está a mente?” Salk apontou para sua própria cabeça. Bateson riu, balançou a cabeça e apontou para o espaço entre eles, com um gesto circular para incluir os dois. Para Bateson a relação é tudo, “a mente não está no cérebro e sim nas relações”, onde não existe realidade independente do observador.
E é isso que os ensinamentos de Dr. Hamer nos proporcionam: a possibilidade de atribuir significado a como as relações afetam nosso organismo vivo, nosso corpo, nossa saúde, nossa vida, trazendo muita clareza nos mecanismos de autorregulação que caracterizam o mundo vivo, considerando que nossos mecanismos de autorregulação estão sempre a favor da vida e não contra ela, como se acredita. Não existe ser sem ambiente e ambiente sem ser. A relação ser-no-ambiente é um processo de crescimento ou de desenvolvimento no qual se evidencia a constante transformação das coisas ou de organismos que formam um mundo vivo autorregulado.
Em sintonia com a natureza
Bateson falava na discrepância entre nossos pensamentos e o funcionamento da natureza: “A fonte de todos os problemas é o hiato entre como pensamos e como a natureza funciona”.
Atuar nessa sintonia envolve uma nova forma de aprendizado, uma educação da atenção para o corpo e seus fenômenos por essa perspectiva, o que implica no estabelecimento de uma relação de comunhão, afeto, coerência e empatia entre os seres que se relacionam (por exemplo, cliente/terapeuta). Um movimento de abertura de si em direção ao ambiente. O cérebro ou sistema nervoso não cria a mente, mas expande o alcance da mente já presente na vida.
Dessa forma o essencial é a forma como nos relacionamos com as “doenças”, com os processos do corpo, com a vida e, porque não dizer, como nos relacionamos também com a morte.
Olhamos para o nosso corpo cheios de dogmas, crenças, pecados e castigos, mas quando olhamos a natureza, o mundo natural, vemos tudo bem diferente. Não julgamos tanto a natureza, saímos do lugar do crítico ou do juiz, sem bom ou ruim, maligno ou benigno, certo ou errado, e vamos pro lugar onde simplesmente é. E, que tal, olharmos pro corpo como propôs Eduardo Galeano, jornalista e escritor uruguaio, “O corpo não é uma máquina como nos diz a ciência. Nem uma culpa como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa.”?
Seria uma nova forma de nos relacionarmos com a nossa natureza, com o nosso corpo.
Embora as respostas do nosso corpo, ao que damos o nome de “doenças”, sejam vistas como algo que atenta contra a vida, na verdade são uma expressão da vida, estando a serviço dela e atuando para mantê-la.
Assim, é interessante olhar a saúde como a capacidade de responder frente a uma situação. Lembrando que o corpo não nos traz problemas, a vida nos traz seus convites e como nos relacionamos com eles fará toda a diferença nas respostas e nas consequências. Saber a causa não necessariamente permite que sejamos capazes de modificar, tudo depende de como nos relacionamos com isso.
E se tem uma coisa que o conhecimento das 5 Leis Biológicas realmente nos permite é a possibilidade de modificar a nossa relação com a “doença” e com todas as respostas do nosso corpo sejam físicas ou comportamentais.
Se mudo a relação com com algo que a vida me apresenta, mudo como interajo, mudo como respondo ao mundo!
*André Chediek é fisioterapeuta osteopata, Somatic Experiencing Practitioner (SEP), constelador familiar sistêmico e coordenador acadêmico da 5LB Brasil. Estuda as 5 Leis Biológicas há 15 anos.
Na Experiência 5LB e principalmente na nossa Formação continuada, são abordados
esse e outros conceitos importantes para uma boa compreensão e aplicação precisa e responsável das 5 Leis Biológicas do Dr. Hamer. Se quiser saber mais, nos envia uma mensagem e vamos conversar ou visite o site e conheça toda nossa jornada de conhecimento juntos!